quinta-feira, 11 de junho de 2009

Caelum stella

E eu vi uma criatura alada
Que veio até mim com ternura
Seus olhos fumegavam amor


Eu fui voar com ela
Meus olhos incansáveis
Com medo sincronizavam
Simétricos e sinuosos movimentos

Subi através das vorazes alturas
E atingi sublime contentamento
Nédios raios corriam de meus olhos
Águas límpidas escorriam do mel das palavras
Acarinhadas de sua fragrante mente

Num súbito de vaidade
Pus-me a desafiar os intensos olhos
Meus olhos não se cansam de olhar
E olhei a criatura

Estática
Extática adentrei
Pensamentos transcendentes

Bradei
Bradei como a gralha grasna

Ela sumiu
Sumiu para um não-sei-onde
Um além-de-mim

Talvez esteja tão dentro de mim
Tão intrínseca à minha alma incessante
E busco-te nas ascendências celestes

Suas cores vívidas
E sua presença
Marcaram meus olhos como a vida
Num inteiro desvelo.

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